quarta-feira, 24 de maio de 2023

Críticas - O FAROL (2019)

 Dirigido por: Robert Eggers


Esse não é um filme de terror comum. Quem assistir esperando tomar sustinhos toda hora, a presença de um monstro esquisito, que age das formas mais peculiares possíveis, um grupo de personagens, normalmente com dois bobões, um casal bonito e uma pessoa mais inteligente, vai quebrar a cara e não vai gostar do filme. Mas O Farol tem muitas texturas e camadas. Não é um filme atrativo pra galera do mainstream. Primeiro; a fotografia em preto e branco, que já de cara afasta a grande massa que hoje enche as salas de cinema. Segundo, o roteiro que não se explica; algo que também não é atrativo. Nada contra! Cada um com seus gostos. Vamos por partes.

  A escolha da fotografia em preto e branco, é uma clara referência ao expressionismo alemão e à montagem soviética. Eggers usa muitas técnicas dessas escolas. Como os closes máximos e a pouca movimentação das câmeras. A fotografia feita por Jarin Blaschke, é sem dúvidas o principal destaque do filme, sendo indicada ao Oscar (perdendo para 1917, feita por Roger Deakins). As atuações brilhantes de Robert Pattinson e Willem Dafoe, ajudaram muito também. Suas expressões eram sempre carregadas e exageradas, e a representação dos dois em si foi espetacular. Não seria absurdo se eles aparecessem entre os indicados da Academia.

  O roteiro pode parecer confuso, mas é proposital. O filme explora os efeitos do isolamento máximo de um ser humano. Principalmente, no personagem do Robert Pattinson. O filme é basicamente a mente dele. Thomas Howard, um homem cheio de segredos, chegou ao farol para ajudar Thomas Wake (Willem Dafoe), que estava há anos no Farol. A relação entre os dois não começa muito bem, pois Wake deixa claro, que ele era o chefe e o único a poder ficar no topo do farol. Daí, a gente já percebe, um dos efeitos do isolamento. Wake criou suas próprias leis, seus próprios horários e sua própria religião: O Farol. Mas especificamente, a luz que sai dele.

  Entre peidos, arrotos, xingamentos e querosene, a relação entre os Thomas vai ficando mais intensa, com momentos até de sensualidade. Quando bêbados, parece que a qualquer momento, os dois vão se socar, ou se beijar. Inclusive, cada um cria suas figuras sexuais. A de Howard, é uma boneca de sereia. Porém, com o passar do tempo e a perda da sanidade, ele vai tendo visões dessa sereia, imaginando até mesmo a vagina dela. A figura sexual de Wake é… a luz. Num dia, quando Howard ia abastecer o farol, ele vê esperma caindo do topo. Sim. Eggers se preocupa com todos os mínimos detalhes. As más condições para se dormir, para comer, para fazer as necessidades. Tudo é passado com minúcia. 

  Howard começa a invejar Wake, começando a se perguntar por que ele tinha que ser o chefe e só ele, poderia entrar e ver a luz. Vamos entrando cada vez mais na mente de Howard, notando inclusive, que provavelmente ele é um criminoso. Ele começa a projetar a luz, quase como um deus. E o objetivo dele, passa a ser chegar até ela, para ver se conseguia até o perdão pelos seus piores pecados.

  Robert Eggers está melhor a cada filme. A Bruxa, já havia sido um grande acerto. O Farol e A Bruxa (2015), são obras de arte magníficas e já estão entre os clássicos Cult. Impressionante a evolução de Robert Pattinson. De piada sendo Edward em Crepúsculo (2008), a grandes atuações mais recentemente. Até então, Thomas Howard era o grande papel de sua carreira, até surgir The Batman (2022). A atuação de Willem Dafoe (já há muito tempo, um dos grandes atores do cinema mundial), também foi brilhante. Um acabou potencializando o outro. Quem assistiu, sabe qual é uma das melhores cenas do filme: “What? What? What?...”.  Só quem assistiu, vai entender. 

  Vamos abrir a mente, pessoal! É ótimo ir ao cinema e ver um blockbuster, com um óculos 3D e tudo mais. Mas não critiquem o cinema arte, como se ele não valesse um ingresso, sendo que o problema dele não ter sido bom… é você mesmo. Se você analisar A Árvore da Vida (2011), da mesma forma que analisa um filme dos estúdios MARVEL, você não vai entender nada do filme. Mas o pior, é quem critica o filme, como se o erro estivesse nele. O Cinema é e tem que ser cada vez mais democrático. Deve sim atingir as grandes massas. E de certa forma, ele traduz o momento que estamos vivendo. É o momento do simples e rápido. E isso se traduz em tudo. Filmes de heróis atingem o público em massa, por terem roteiros fáceis de compreender, que se auto-explicam, que não deixam questões escondidas e tem uma levada veloz e objetiva. Filmes como Roma (2018), O Farol, Guerra Fria (2018), são cada vez mais feitos para públicos seletos, pois trazem uma ideia de roteiros intrincados, trazendo histórias e personagens distantes da massa, (afinal, a pessoa que tem sofrido com emprego, faculdade e relacionamento, prefere muito mais se identificar com um super-herói, do que com um faroleiro bêbado) e a levada detalhista, lenta e bastante calma. Mas, podemos aprender com os dois estilos. Nenhum filme é digno de lixo. Em todos eles, podemos tirar algo de positivo. O cinema é a luz que pode iluminar nossa consciência. E essa luz, é acessível para todos nós.


quarta-feira, 17 de maio de 2023

As/ Os Notáveis - A referência dos Épicos Sci-fi no século XXI

 Dennis Villeneuve


País de Origem - Canadá
1967 - ...
Período - Cinema Contemporâneo
Prêmios e Festivais - Festival de Cannes / OSCAR / Festival de Veneza

TOP 5 PRINCIPAIS FILMES:

  • A Chegada (2016)
  • Duna (2021)
  • Sicario (2015)
  • Blade Runner 2049 (2017)
  • Incêndios (2010)

A Ficção Científica Épica


  Em 1902, o francês George Meliès lançou Viagem à Lua, revolucionando o cinema para sempre. O que o vanguardista fez estava tão à frente de seu tempo, que o OSCAR só foi inserir a categoria Efeitos Visuais 38 anos depois. Passando por Stanley Kubrick, Ridley Scott e os estúdios MARVEL, Dennis Villeneuve chega na década de 2010, se tornando o ícone desse gênero na atualidade.
  O seu início de carreira foi muito promissor. Óbvio que ele não tinha recursos ainda para fazer épicos e trazer efeitos visuais mais elaborados, porém Redemoinho (2000) já impressionou a crítica na época. 2 anos antes, seu primeiro filme: August 32nd on Earth. 9 anos depois do filme que o colocou no radar, o canadense lança Polytechnique. Uma história baseada em fatos reais, sobre uma tragédia numa escola politécnica em Montreal.
  Mas foi com Incêndios (2010), que de fato o cineasta foi colocado em evidência. O filme é considerado até hoje como o primeiro grande feito do canadense. A obra conta com grandes atuações, ótima direção, e o roteiro, adaptado do livro de Wajdi Mouawad, A Mulher Que Canta (2003), conta com aquele plot-twist de quebrar a cabeça.
  3 anos depois, o canadense lança dois thrillers no mesmo ano: Os Suspeitos, onde o diretor já contou com um elenco mais estrelado e O Homem Duplicado, filme muito bem aceito pela crítica, principalmente pelos efeitos visuais. Em ambos, Jake Gyllenhaal esteve no protagonismo das obras.
  Sicario (2015) foi o primeiro filme grandioso do autor. O filme conta com ótimas atuações principalmente de Emily Blunt, Benício del Toro e Josh Brolin e tem como premissa a guerra contra as drogas dos carteis mexicanos. O filme é distópico, pessimista e simplesmente brilhante do início ao fim. O roteiro de Taylor Sheridan foi elogiado ao redor do mundo e a direção de Villeneuve, aclamada.
  Apenas 1 ano depois de sua grande obra até então, ele lança uma melhor ainda. A Chegada, iniciou a caminhada do autor no campo dos épicos sci-fi. O filme concorreu a 8 Oscars na edição de 2017, conta com Amy Adams em sua melhor forma e grandes enquadramentos. O filme é grandioso em exatamente tudo. Do roteiro de Eric Heisserer, ao som de Bernard Gariépy Strobl e Claude La Haye, vencedores do óscar. O filme retorna com o tema invasão alienígena, que fez muito sucesso na década de 70 e 80 mas acabou se tornando obsoleto e clichê com o passar do tempo. Porém, o roteiro é tão original, fora dos padrões, que o filme entra no hall dos grandes do sub-gênero. Se você ler a sinopse ou alguém explicando, a obra tinha tudo para ser tosca. Mas nas mãos de Dennis Villeneuve, ela se tornou um clássico da ficção científica. Para mim, o melhor filme do diretor.
  Em 2017, o canadense lança o filme mais surrealista de sua filmografia. Fazendo referência ao clássico dos anos 80 do diretor Ridley Scott, Blade Runner 2049 é o segundo épico científico do diretor. Considerado uma continuação de Blade Runner (1982), o filme é fiel ao clássico e é considerado como uma das melhores continuações da história. Inclusive, Ridley Scott esteve presente na produção do filme, que é épico em todos os quesitos. Principalmente a música do gênio Hans Zimmer, a fotografia de Roger Deakins (que venceu vários prêmios ao redor do mundo) e os efeitos visuais de John Nelson, Gerd Nefzer, Paul Lambert e Richard R. Hoover. É um filme extremamente visual, lindo em todos os aspectos e contém Ryan Gosling num personagem depressivo e profundo. Sem dúvidas, já era uma preparação para a obra mais épica de sua carreira.
  Duna (2021), é o último filme do diretor (até a postagem desse texto). Uma história que passou na mão de David Lynch em 1984, um dos grandes gênios do surrealismo, mas que foi duramente criticada na época, por não ser fiel ao romance robusto de Frank Herbert (1965). Porém, Villeneuve pegou a obra e a colocou onde deveria ficar. O filme recebeu 10 indicações ao OSCAR, e é considerada como a obra que retoma os clássicos épicos dos anos 60 como Lawrence da Arábia (1962) e Spartacus (1960). Timothée Chalamet como Paul Atreides era a melhor escolha possível. O filme foi muito bem recebido por público e crítica e já tem marcada sua continuação para 2023. A obra tem tudo para repetir o sucesso de outro épico: O Senhor dos Anéis (2001/ 2002 / 2003) de Peter Jackson. O canadense se estabelece de fato, como o principal realizador do sci-fi épico.
  

Filmografia:

Curtas:

  • REW FFWD (1994)
FESTIVAL DE LOCARNO


  • Cosmos (Seguimento "Le Technétium") (1996)
FESTIVAL DE CANNES (DIRECTOR´S FORTNIGHT) / FESTIVAL DE TORONTO / FESTIVAL DE ROTTERDAM / FESTIVAL DE MAR DEL PLATA / FESTIVAL DE CHICACO / GENIE AWARDS (INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR FOTOGRAFIA) / FESTIVAL DE ATENAS / NEW DIRECTORS NEW FILMS 


  • 120 Seconds to Get Elected (2006)


  • Próximo Piso (2006)
FESTIVAL DE CANNES (PRÊMIO CANAL+) / FESTIVAL DE TORONTO (MELHOR CURTA-METRAGEM CANADENSE - MENÇÃO HONROSA À MELHOR FILME) / FESTIVAL DE SEATTLE (MELHOR CURTA-METRAGEM - MENÇÃO HONROSA À MELHOR FILME) / GENIE AWARDS (MELHOR CURTA-METRAGEM DRAMÁTICO) / FESTIVAL DA CATALUNHA (MELHOR CURTA METRAGEM) / FESTIVAL DE CALGARY (MELHOR CURTA-METRAGEM CANADENSE) / FESTIVAL DE SUNDANCE / FESTIVAL DE SAN FRANCISCO / FESTIVAL KARLOVY VARY / FESTIVAL DE ESTOCOLMO / FESTIVAL DE OLDENBURG
 

  • Rated R for Nudity (2011)


  • Étude empirique sur l´influence du son sur la persistance rétinienne (2011)



Longas:

  • Un 32 Août Sur Terre (1998)
PRÊMIOS TFCA (INDICADO À MELHOR ATRIZ) / FESTIVAL DE CANNES / FESTIVAL DE TORONTO / FESTIVAL TELLURIDE / FESTIVAL DE LONDRES BFI


  • Redemoinho (2000)
FESTIVAL DE BERLIN (PRÊMIO FIPRESCI) / FESTIVAL DE TORONTO (MELHOR FILME CANADENSE) / FESTIVAL DE MONTREAL (MELHOR FILME CANADENSE - MELHOR CONTRIBUIÇÃO ARTÍSTICA) / PRÊMIOS TFCA (2º LUGAR MELHOR FILME CANADENSE) / VFCC (MELHOR FILME CANADENSE - MELHOR DIREÇÃO CANADENSE - MELHOR ATRIZ CANADENSE) / GENIE AWARDS (MELHOR FILME - MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR ATRIZ - MELHOR ROTEIRO - MELHOR DIREÇÃO # INDICADO À MELHOR EDIÇÃO - MELHOR DIREÇÃO E PRODUÇÃO DE DESIGN - MELHOR SOM - MELHOR EDIÇÃO DE SOM - MELHOR ATOR) / FESTIVAL DE SUNDANCE / FESTIVAL KARLOVY VARY / FESTIVAL DE VANCOUVER / FESTIVAL DE LOS ANGELES / FESTIVAL DE VALLADOLID / VIENNALE 


  • Polytechnique (2009)
FESTIVAL DE CANNES (DIRECTORS´ FORTNIGHT) / TFCA AWARDS (MELHOR FILME CANADENSE) / GENIE AWARDS (MELHOR FILME - MELHOR ATRIZ - MELHOR ATOR - MELHOR SOM - MELHOR EDIÇÃO DE SOM - MELHOR EDIÇÃO - MELHOR ROTEIRO ORIGINAL - MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR DIREÇÃO # INDICADO À MELHOR TRILHA SONORA - MELHOR MAQUIAGEM E CABELO) / MOSTRA DE SÃO PAULO / FESTIVAL DE LONDRES BFI / FESTIVAL KARLOVY VARY / FESTIVAL DE ISTANBUL / FESTIVAL DE ESTOCOLMO / VFCC (INDICADO À MELHOR FILME CANADENSE - MELHOR ATOR CANADENSE - MELHOR DIREÇÃO CANADENSE) / FESTIVAL DE OLDENBURG

  
  • Incêndios (2010)
FESTIVAL DE TORONTO (MELHOR FILME CANADENSE) / FESTIVAL DE ROTTERDAM (AUDIENCE AWARDS) / NBR (TOP 5 FILMES ESTRANGEIROS) / FESTIVAL DE SAN FRANCISCO (WORLD CINEMA) / FESTIVAL DE VANCOUVER (MELHOR FILME CANADENSE - MELHOR ATRIZ CANADENSE) / TFCA AWARDS (MELHOR FILME CANADENSE) / VFCC (MELHOR FILME CANADENSE - MELHOR DIREÇÃO CANADENSE - MELHOR ATRIZ CANADENSE # INDICADO À MELHOR ATOR COADJUVANTE - MELHOR ATRIZ COADJUVANTE) / BSFC AWARDS (MELHOR FILME ESTRANGEIRO) / GENIE AWARDS (MELHOR FILME - MELHOR DIREÇÃO - MELHOR ROTEIRO ADAPTADO - MELHOR SOM - MELHOR EDIÇÃO DE SOM - MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR EDIÇÃO - MELHOR ATRIZ # INDICADO À MELHOR MAQUIAGEM E CABELO - MELHOR DIREÇÃO E PRODUÇÃO DE DESIGN) / FESTIVAL DE VALLADOLID (MELHOR FILME - MELHOR ROTEIRO) / MAGRITTE AWARDS (MELHOR ATRIZ) / FESTIVAL DE PALM SPRINGS (DIRECTORS TO WATCH) / FESTIVAL DE VARSÓVIA (GRAND PRIX - MENÇÃO ESPECIAL) / AFCA AWARDS (MELHOR FILME INTERNACIONAL) / FESTIVAL DE VENEZA / OSCAR (INDICADO À MELHOR FILME INTERNACIONAL) / FESTIVAL DE SUNDANCE / FESTIVAL SXSW / FESTIVAL DE TELLURIDE / BAFTA (INDICADO À MELHOR FILME EM LÍNGUA NÃO INGLESA) / CÉSAR (INDICADO À MELHOR FILME ESTRANGEIRO) / NYFCC AWARDS (2º LUGAR MELHOR FILME ESTRANGEIRO) / FESTIVAL DA TRANSILVANIA / FESTIVAL KARLOVY VARY / CFCA AWARDS (INDICADO À MELHOR FILME ESTRANGEIRO) / DAVID DI DONATELLO AWARDS (INDICADO À MELHOR FILME ESTRANGEIRO) / CPH:PIX / KINEMA JUNPO AWARDS (MELHOR FILME ESTRANGEIRO) / FESTIVAL DE HELSINKI / FESTIVAL DE ABU DHABI

  
  • Os Suspeitos (2013)
NYFC (TOP 10 FILMES DO ANO) / OSCAR (INDICADO À MELHOR FOTOGRAFIA) / FESTIVAL DE TORONTO / FESTIVAL DE SAN SEBASTIÁN / FESTIVAL DE TELLURIDE / NBR / FESTIVAL DE ZURIQUE


  • O Homem Duplicado (2013)
FESTIVAL DE TORONTO (MELHOR FILME CANADENSE) / TFCA AWARDS (MELHOR FILME CANADENSE) / VFCC (MELHOR DIREÇÃO CANADENSE) / FESTIVAL DE ABU DHABI (BLACK PEARL MELHOR NARRATIVA) / FESTIVAL DA CATALUNHA (GRAND PRIZE) / CANADIAN SCREEN AWARDS (MELHOR DIREÇÃO - MELHOR EDIÇÃO - MELHOR TRILHA SONORA - MELHOR ATRIZ COADJUVANTE - MELHOR FOTOGRAFIA # INDICADO À MELHOR ROTEIRO ADAPTADO / MELHOR ATOR / MELHOR FILME / MELHOR EFEITOS VISUAIS) / FESTIVAL DE ROTTERDAM / FESTIVAL DE SAN SEBASTIÁN / EUROPEAN FILM AWARDS (INDICADO À MELHOR FILME INTERNACIONAL - TOP 10 INTERNACIONAL - MELHOR DIREÇÃO INTERNACIONAL - MELHOR ATOR INTERNACIONAL) / FESTIVAL DA TRANSILVANIA / FESTIVAL DE ISTAMBUL / FESTIVAL DE ESTOCOLMO / FESTIVAL TALLINN BLACK NIGHTS / CPH:PIX / FESTIVAL DE PALM SPRINGS


  • Sicario (2015)
FESTIVAL DE CANNES / OSCAR (INDICADO À MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL - MELHOR EDIÇÃO DE SOM) / FESTIVAL DE TORONTO / FESTIVAL DE SAN SEBASTIÁN / NBR / WGA (INDICADO À MELHOR ROTEIRO ORIGINAL) / AUSTIN FCA (INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR ROTEIRO ORIGINAL - MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR ATOR COADJUVANTE) / FESTIVAL DEAUVILLE / FESTIVAL DE HELSINQUE / FESTIVAL DE ZURIQUE / FESTIVAL DE BERGEN

 
  • A Chegada (2016)
OSCAR (MELHOR EDIÇÃO DE SOM # INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR DIREÇÃO - MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN - MELHOR ROTEIRO ADAPTADO - MELHOR MIXAGEM DE SOM - MELHOR EDIÇÃO - MELHOR FOTOGRAFIA) / AFI AWARDS (FILME DO ANO) / NBR (TOP 10 FILMES - MELHOR ATRIZ) / BAFTA (MELHOR SOM # INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR DIREÇÃO - MELHOR EDIÇÃO - MELHOR MÚSICA ORIGINAL - MELHOR ATRIZ - MELHOR EFEITOS VISUAIS - MELHOR ROTEIRO ADAPTADO - MELHOR FOTOGRAFIA) / WGA (MELHOR ROTEIRO ADAPTADO) / SAN FRANCISCO FCC (MELHOR ROTEIRO ADAPTADO - MELHOR EDIÇÃO # INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR TRILHA SONORA - MELHOR ATRIZ - MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN - MELHOR DIREÇÃO - MELHOR FOTOGRAFIA) / AUSTIN FCA (MELHOR ROTEIRO ADAPTADO # INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR DIREÇÃO - MELHOR ATRIZ - MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR TRILHA SONORA) / HUGO AWARDS (MELHOR LONGA DRAMÁTICO) / SEATTLE FCA (MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR EFEITOS VISUAIS - MELHOR TRILHA SONORA # INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR DIREÇÃO - MELHOR ROTEIRO - MELHOR EDIÇÃO - MELHOR ATRIZ - MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN) /  CAMERIMAGE (SILVER FROG) / AFCA AWARDS (MELHOR FILME INTERNACIONAL DE LÍNGUA INGLESA) / FESTIVAL DE VENEZA / FESTIVAL DE TORONTO / FESTIVAL DE SAN SEBASTIÁN / FESTIVAL DE TELLURIDE / ICP (INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR DIREÇÃO - MELHOR ROTEIRO - MELHOR ATRIZ - MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR EDIÇÃO - MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL) / FESTIVAL DE LONDRES BFI / DGA (INDICADO À MELHOR DIREÇÃO) / SAG AWARDS (INDICADO À MELHOR ATRIZ) / GLOBO DE OURO (INDICADO À MELHOR ATRIZ - MELHOR TRILHA SONORA) / FESTIVAL KARLOVY VARY / FESTIVAL DE CHICAGO / FESTIVAL DE ESTOCOLMO / LCCF AWARDS (MELHOR REALIZAÇÃO TÉCNICA - MELHOR ATRIZ) / CFCA AWARDS (INDICADO À MELHOR ATRIZ - MELHOR ROTEIRO ADAPTADO - MELHOR TRILHA SONORA) / VFCC (INDICADO À MELHOR DIREÇÃO - MELHOR ATRIZ) / BODIL (MELHOR FILME AMERICANO) / FESTIVAL DE TÓQUIO / FESTIVAL DE BUSAN / KINEMA JUNPO AWARDS / AMANDA AWARDS (INDICADO À MELHOR FILME INTERNACIONAL) / IFT AWARDS (MELHOR ATRIZ INTERNACIONAL) / FESTIVAL DA PHILADELPHIA / VIENNALE / FESTIVAL DO RIO DE JANEIRO / EMPIRE AWARDS (INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR DIREÇÃO - MELHOR ROTEIRO - MELHOR ATRIZ - MELHOR TRILHA SONORA - MELHOR SCI-FI/FANTASIA - MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN)

 
  • Blade Runner 2049 (2017)
OSCAR (MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR EFEITOS VISUAIS # INDICADO À MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN - MELHOR EDIÇÃO DE SOM - MELHOR MIXAGEM DE SOM) / ICP (MELHOR FOTOGRAFIA - MAIS ESPERADO DO ANO) / BAFTA (MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR EFEITOS VISUAIS # INDICADO À MELHOR DIREÇÃO - MELHOR SOM - MELHOR CANÇÃO ORIGINAL - MELHOR EDIÇÃO - MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN - MELHOR MAQUIAGEM E CABELO) / LAFCA AWARDS (MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN - 2º LUGAR MELHOR FOTOGRAFIA) / SFFCC (MELHOR FOTOGRAFIA # INDICADO À MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN - MELHOR TRILHA SONORA - MELHOR EDIÇÃO) / LCCF AWARDS (MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN) / FESTIVAL DU NOUVEAU CINÈMA / NSFC AWARDS (MELHOR FOTOGRAFIA) / CFCA AWARDS (MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN/DIREÇÃO DE ARTE # INDICADO À MELHOR TRILHA SONORA - MELHOR ROTEIRO ADAPTADO - MELHOR DIREÇÃO DE ARTE) / BODIL (INDICADO À MELHOR FILME AMERICANO) / KINEMA JUNPO AWARDS / FESTIVAL DE ZURIQUE / HUGO AWARDS (INDICADO À MELHOR FILME DRAMÁTICO) / EMPIRE AWARDS (INDICADO À MELHOR SCI-FI/FANTASIA) / FESTIVAL DA NORUEGA / FESTIVAL DE MARRAQUEXE


  • Duna (2021)
OSCAR (MELHOR SOM - MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL - MELHOR EDIÇÃO - MELHOR EFEITOS VISUAIS - MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN # INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR ROTEIRO ADAPTADO - MELHOR MAQUIAGEM E CABELO - MELHOR FIGURINO) / FESTIVAL DE TORONTO (EBERT DIRECTOR AWARD) / AFI AWARDS (FILME DO ANO) / NBR (TOP FILMES) / BAFTA (MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN - MELHOR SOM - MELHOR EFEITOS ESPECIAIS VISUAIS - MELHOR TRILHA SONORA - MELHOR FOTOGRAFIA # INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR ROTEIRO ADAPTADO - MELHOR MAQUIAGEM E CABELO - MELHOR SOM - MELHOR FIGURINO - MELHOR EDIÇÃO - MELHOR ELENCO) / GLOBO DE OURO (MELHOR TRILHA SONORA # INDICADO À MELHOR FILME DRAMÁTICO - MELHOR DIREÇÃO) / LCCF AWARDS (MELHOR EFEITOS VISUAIS # INDICADO À FILME DO ANO - DIREÇÃO DO ANO) / VFCC (MELHOR DIREÇÃO) / AUSTIN FCA (MELHOR EDIÇÃO # INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR DIREÇÃO - MELHOR ROTEIRO ADAPTADO - MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR TRILHA SONORA - MELHOR DUBLÊ - MELHOR CONJUNTO) / HUGO AWARDS (MELHOR LONGA DRAMÁTICO) / SFC AWARDS (MELHOR EDIÇÃO - MELHOR TRILHA SONORA - MELHOR EFEITOS VISUAIS # INDICADO À MELHOR FILME - MELHOR DIREÇÃO - MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN - MELHOR FIGURINO - MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR ELENCO - VILÃO DO ANO) / CAMERIMAGE (SAPO DE BRONZE) / FESTIVAL DE VENEZA / ICP (INDICADO À MELHOR DIREÇÃO - MELHOR FOTOGRAFIA) / FESTIVAL DE NOVA IORQUE / DGA (MELHOR DIREÇÃO EM LONGA METRAGEM) / WGA (INDICADO À ROTEIRO ADAPTADO) / SAG AWARDS (INDICADO À MELHOR DUBLÊ) / FESTIVAL DE CHICAGO / SFFCC (INDICADO À MELHOR DIREÇÃO - MELHOR FOTOGRAFIA - MELHOR PRODUÇÃO DE DESIGN - MELHOR EDIÇÃO - MELHOR TRILHA SONORA - MELHOR ROTEIRO ADAPTADO) / FESTIVAL DU NOUVEAU CINÈMA / FESTIVAL DE GOTEMBURGO / TFCA AWARDS (INDICADO À MELHOR DIREÇÃO) / DAVID DI DONATELLO AWARDS (INDICADO À MELHOR FILME INTERNACIONAL) / FESTIVAL DE MILL VALLEY / FESTIVAL DE SYDNEY / AMANDA AWARDS (INDICADO À MELHOR FILME ESTRANGEIRO) / FESTIVAL DEAUVILLE / FESTIVAL DE ATENAS / AWARDS OF THE JAPANESE ACADEMY (INDICADO À MELHOR FILME ESTRANGEIRO) / FESTIVAL DE GUADALAJARA / FESTIVAL DE MARRAQUEXE / RENDEZ-VOUS QUÉBEC CINÉMA


quarta-feira, 10 de maio de 2023

As/ Os Notáveis: A pioneira

 Alice Guy Blaché

País de origem: França
1873 - 1968
Período: Os Primórdios da Sétima Arte

TOP 5:

  • A Órfã do Oceano (1916)
  • O Cair das Folhas (1912)
  • A Garota na Poltrona (1912)
  • O Amor Maior de um Homem (1911)
  • Americanização (1912)

O filho de duas artes

  Falamos aqui sobre os pais da sétima arte. Os Irmãos Lumière, criadores do cinematógrafo, equipamento que transformou fotografia em movimento. Citamos que seus primeiros filmes, tinham mais cara do que chamamos hoje de documentários, por eles mostrarem um pouco mais do cotidiano, do dia-a-dia da França e outros países da Europa. Naquela apresentação num café em Paris, eles apresentaram um filme curioso e engraçado, que fugia da linhagem documental trazida. O Regador Regado. Por que esse filme foi tão importante para o desenvolvimento da arte vanguardista?
  Porque, tínhamos o primeiro filme da história roteirizado. Com atuações, embates e comédia. Sem dúvidas, todos que estavam naquele café deram muitas gargalhadas ao ver o homem sendo molhado. Tínhamos ali, o filho de duas artes: A fotografia (em movimento) e o teatro.
  Terminei esse texto, citando no final alguém que estava naquele café que e com certeza fascinou-se com a beleza do que nascia ali. A francesa Alice Guy Blaché. Trabalhava com Léon Gaumont na época e através dele, conheceu os irmãos, tendo contato com o cinematógrafo dias depois. Interessou-se em participar da concepção daquela arte, com o aval de Gaumont Assim, ela fez seu primeiro filme: A Fada dos Repolhos (1896), um filme cem por cento roteirizado.
  Este filme é muito importante. Além da questão do roteiro e da própria filmagem, tínhamos ali também o figurino da fada e a direção de arte do ambiente. Foi o primeiro filme da história, produzido e pensado de maneira meticulosa. A curiosidade da francesa, fez com que ela desse o ponta-pé inicial no cinema roteirizado e produzido.
  Óbvio, que ela não parou por aí. Interessou-se cada vez mais em desenvolver a sétima arte, trazendo ainda mais qualidade na produção e na roteirização de seus filmes. A parceira com Gaumont foi vital, pois ela pôde inserir por exemplo o cronofone, invenção do francês, equipamento que gravava áudios. Alice então juntava as imagens com os áudios. 
  Sua filmografia nos estúdios Gaumont, também chamava a atenção pelos filmes de dança. São inúmeros curtas com esse tema em sua filmografia, onde o movimento em tela mais chamava a atenção. 
  Mas a francesa realmente começou sua caminhada ao sucesso, com o casamento com Herbert Blaché, e consequentemente a mudança para Nova Iorque-EUA. Lá, o casal fundou a Solex Company e ao lado de Lois Weber, Alice se tornou uma das primeiras mulheres a comandarem um estúdio de cinema. Foi aí que as grandes produções realmente emplacaram. Numa mistura de curtas e longas-metragens, Alice dirigiu O Amor Maior de um Homem, um longa-metragem sobre guerra e patriotismo. Tivemos também o emocionante O Cair das Folhas, filme em que ela usou uma criança como protagonista, algo que virou revolucionário anos depois. Americanização é outro filme importante. Alice trazia ali o pioneirismo num assunto que já foi citado diversas vezes na história do cinema. Recentemente, por exemplo, em Parasita (2019), de Bong Joon-Ho.
   Mas tem um filme de Alice, que eu considero uma verdadeira obra de arte (não que as outras não sejam), A Órfã do Oceano é um ótimo filme. Um roteiro bem amarrado, que prende o espectador. As atuações são ótimas até para a nossa época. A produção do longa é bem feita, com ar livre e estúdio. 
  Dá para resumir Alice em uma palavra: Pioneira. Além de ter sido a primeira mulher a dirigir um filme, a roteirizar e produzir, a ter um estúdio bem sucedido em mãos, ela também trouxe os elencos inter-raciais, a colorização dos filmes e os efeitos visuais, feitos com técnicas de montagem. 
  Infelizmente, os problemas pessoais e conjugais de Alice e seu esposo, além dos primeiros passos de Hollywood, acabaram culminando na falência do estúdio. Alice voltou para a França em seguida, e nunca mais dirigiu um filme. Seu legado acabou se perdendo na história. George Mèlies, com o tempo, acabou tomando seu lugar como pioneiro dos filmes ficcionais. Só nos anos 40, quando Alice decidiu fazer uma autobiografia, publicada e traduzida para o inglês nos anos 70 por sua filha e sua cunhada, com a ajuda do escritor Anthony Slide, que também não entedia a falta de reconhecimento pelo pioneirismo de Alice, foi que o legado da francesa começou a ser recuperado. Até que em 2018, Pamela B. Green dirigiu Be Natural: The Untold Story of Alice Guy Blaché, onde a diretora se comprometeu a fazer uma investigação profunda de toda a vida da pioneira da sétima arte, elevando seu legado, para um lugar de onde nunca deveria ter saído. Obrigado, Alice!  
    

  Filmografia

  • A Fada do Repolho (1896)
  • Une Nuit Agitee (1897)
  • Les Cambrioleurs (1897)
  • Le Planton du Colonel (1897)
  • Le Pêcheur dans le Torrent (1897)
  • Leçon de Danse (1897)
  • Le Cocher de Fiacre Endormi (1897)
  • L´aveugle (1897)
  • Idylle Interrompue (1897)
  • En Classe (1897)
  • Danse Fleur de Lotus (1897)
  • Coucher d´Yvette (1897)
  • Chez le Magnétiseur (1897)
  • Ballet Libella (1897)
  • Baignade dans le Torrent (1897)
  • Au Réfectoire (1897)
  • France et Russie (1897)
  • Scéne d´escamotage (1898)
  • L´utilité des rayons x (1898)
  • Les farces de Jocko (1898)
  • L´entrée à Jérusalem (1898)
  • Le Jardin des Oliviers (1898)
  • Leçons de boxe (1898)
  • Le chemin de croix (1898)
  • L´aveugle fin de siècle (1898)
  • La fuite en Égypte (1898)
  • Suprise d´une maison au petit jour (1898)
  • La Flagellation (1898)
  • La crèche à Bethléem (1898)
  • La cène (1898)
  • Je vous y prrrrends (1898)
  • Jésus devant Pilate (1898)
  • Déménageme à la cloche de bois (1898)
  • Un lunch (1899)
  • Transformations (1899)
  • Monnaie de Lapin (1899)
  • Mésaventure d´un charbonnier (1899)
  • Le tonnelier (1899)
  • Le tondeur de chiens (1899)
  • Les dangers de l´alcoolisme (1899)
  • Le déjeuner des enfants (1899)
  • Le crucifiement (1899)
  • Le chiffonnier (1899)
  • L´aveugle (1899)
  • La réssurrection (1899)
  • La mauvaise soupe (1899)
  • La descente de croix (1899)
  • O Bom Absinto (1899)
  • Erreur judiciaire (1899)
  • Danse serpentine par Mme. Bob Walter (1899)
  • Courte Échelle (1899)
  • Au cabaret (1899)
  • Valse lente (1900)
  • Une rage de dents (1900)
  • Suite de la danse (1900)
  • Saut humidifié de M. Plick (1900)
  • Retour des champs (1900)
  • Pas Japonais (1900)
  • Pas du poignard (1900)
  • Pas de éventails (1900)
  • Pas de grâce (1900)
  • Mort d´Adonis (1900)
  • L´Habanera (1900)
  • Le sang d´Adonis donnant naissance à la rose rouge (1900)
  • Le Pollichinelle (1900)
  • Le matelot (1900)
  • Le marchand de coco (1900)
  • Le lapin (1900)
  • Le départ d´Arlequin et de Pierrette (1900)
  • Le danse des saisons (1900)
  • L´écossaise (1900)
  • Leçon de danse (1900)
  • Le bébé (1900)
  • La tarantelle (1900)
  • La source (1900)
  • L'arléquine (1900)
  • La reine des jouets (1900)
  • La poupée noire (1900)
  • La petite magicienne (1900)
  • La paysanne (1900)
  • L'angélus (1900)
  • La fée aux choux, ou la naissance des enfants (1900)
  • La danse du ventre (1900)
  • Gavotte directoire (1900)
  • Déclaration d'amour (1900)
  • Dans les coulisses (1900)
  • Danse serpentine (1900)
  • Danse du voile (1900)
  • Danse du pas des foulards par des almées (1900)
  • Danse du papillon (1900)
  • Dance de l'ivresse (1900)
  • Coucher d'une Parisienne (1900)
  • Chirurgie fin de siècle (1900)
  • Chez le photographe (1900)
  • Chez le Maréchal-Ferrant (1900)
  • Chapellerie et charcuterie mécanique (1900)
  • Bataille de boules de neige (1900)
  • Badinage (1900)
  • Avenue de l'opéra (1900)
  • No Baile das Flores (1900)
  • Arrivée de Pierette et Pierrot (1900)
  • Arrivée d'Arléquin (1900)
  • Tel est pris qui croyait prendre (1901)
  • Scène d'ivresse (1901)
  • Scène d'amour (1901)
  • Pas de colombine (1901)
  • Lecture quotidienne (1901)
  • Lavatory moderne (1901)
  • Hussards et grisettes (1901)
  • Frivolité (1901)
  • Danses basques (1901)
  • Charmant froufrou (1901)
  • A Peculiar Cabinet (1902)
  • Trompé mais content (1902)
  • A Parteira da Classe Média (1902)
  • Quadrille réaliste (1902)
  • Pour secouer la salade (1902)
  • Les malabares, acrobats (1902)
  • Sage-femme de première classe (First Class Midwife) (1902)
  • Les clowns (1902)
  • Les chiens savants (1902)
  • L'équilibriste (1902)
  • Le pommier (1902)
  • Le marchand de ballons (1902)
  • Le lion savant (1902)
  • La première gamelle (1902)
  • La gigue (1902)
  • La fiole enchantée (1902)
  • La dent recalcitrante (1902)
  • La cour des miracles (1902)
  • Intervention malencontreuse (1902)
  • Farces de cuisinière (1902)
  • En faction (1902)
  • Danse mauresque (1902)
  • Danse fantaisiste (1902)
  • Danse excentrique (1902)
  • Bonsoir m'sieurs dames (1902)
  • Fruits de saison (1902)
  • Service précipité (1903)
  • Secours aux naufragés (1903)
  • Répétition dans un cirque (1903)
  • Potage indigeste (1903)
  • Nos bons étudiants (1903)
  • Ne bougeons plus (1903)
  • Modelage express (1903)
  • Lutteurs américains (1903)
  • Le voleur sacrilège (1903)
  • Les surprises de l'affichage (1903)
  • Les braconniers (1903)
  • Les aventures d'un voyageur trop pressé (1903)
  • Les apaches pas veinards (1903)
  • Le liqueur du couvent (1903)
  • Le fiancé ensorcelé (1903)
  • La valise enchantée (1903)
  • La poule fantaisiste (1903)
  • La main du professeur Hamilton ou le roi des dollars (1903)
  • La chasse au cambrioleur (1903)
  • Jocko musicien (1903)
  • Illusionniste renversant (1903)
  • Faust et Méphistophélès (1903)
  • Enlèvement en automobile et mariage précipité (1903)
  • Compagnons de voyage encombrants (1903)
  • Comme on fait son lit on se couche (1903)
  • Comment Monsieur Prend Son Bain (1903)
  • Cake-walk de la pendule (1903)
  • Paris la nuit (1904)
  • L'oiseau envolé (1904)
  • Les enfants du miracle (1904)
  • Les deux rivaux (1904)
  • Le pompon malencontreux (1904)
  • Le crime de la Rue du Temple (1904)
  • L'assassinat du courrier de Lyon (1904)
  • La leçon de pipeau (1904)
  • La gavotte de la reine (1904)
  • Comment on disperse les foules (1904)
  • Après la fête (1904)
  • Pierrot, Murderer (1904)
  • La première cigarette (1904)
  • V'la le rétameur (1905)*
  • Viens, poupoule (1905)
  • Valsons (1905)
  • Si ça t'va (1905)
  • Saharet, boléro (1905)
  • Réhabilitation (1905)
  • Polin, l'anatomie du conscrit (1905)
  • Miss Helyett: Air du portrait (1905)
  • Lilas blanc (1905)
  • Dranem Performs 'The True Jiu-Jitsu' (1905)
  • My Quay's Hole (1905)
  • Le tango (1905)
  • Les p'tits pois (1905)
  • Les maçons (1905)
  • Le rire du nègre (1905)
  • Le petit panier (1905)
  • Le petit Grégoire (1905)
  • L'enfant du cordonnier (1905)
  • Le coq dressé de Cook et Rilly (1905)
  • Le boléro cosmopolite (1905)
  • La statue (1905)
  • La polka des trottins (1905)
  • La paimpolaise (1905)
  • La mattchiche (1905)
  • La malagueña et le torero (1905)
  • La fifille à sa mère (1905)
  • La charité du prestidigitateur (1905)
  • Jeune homme et le trottin (1905)
  • Five O'Clock Tea (1905)
  • Être légume (1905)
  • Espagne (1905)
  • Cucurbitacée (1905)
  • Clown, chien et ballon (1905)
  • Chez le dentiste (1905)
  • C'est une ingénue (1905)
  • Cake-walk nègre (1905)
  • Allumeur-Marche (1905)
  • À la cabane bambou (1905)
  • Un soulier pour un jambon (1906)
  • Une histoire roulante (1906)
  • Une course d'obstacle (1906)
  • Un cas de divorce (1906)
  • Questions indiscrètes (1906)
  • Mireille (1906)
  • The Consequences of Feminism (1906)
  • Le songe du pêcheur (1906)
  • Le Noël de Monsieur le curé (1906)
  • Le fils du garde-chasse (1906)
  • Le cochon de lait (1906)
  • The Birth, the Life and the Death of Christ (1906)
  • La vérité sur l'homme-singe (1906)
  • La hiérarchie dans l'amour (1906)
  • The Irresistible Piano (1907)
  • L'enfant de la barricade (1907)
  • Le ballon dirigeable 'Le patrie' (1907)
  • Fanfan la Tulipe (1907)
  • Une héroïne de quatre ans (1907)
  • One Touch of Nature (1908)
  • The Sergeant's Daughter (1910)
  • A Child's Sacrifice (1910)
  • A Fateful Gift (1910)
  • A Widow and Her Child (1910)
  • Her Father's Sin (1910)
  • What Is to Be, Will Be (1910)
  • Lady Betty's Strategy (1910)
  • Two Suits (1910)
  • The Pawnshop (1910)
  • The Nightcap (1911)
  • The Girl and the Burglar (1911)
  • A Reporter's Romance (1911)
  • His Best Friend (1911)
  • Ring of Love (1911)
  • Mixed Pets (1911)
  • Corinne in Dollyland (1911)
  • Love's Test (1911)
  • A Costly Pledge (1911)
  • Out of the Arctic (1911)
  • Put Out (1911)
  • Greater Love Hath No Man (1911)
  • La Esméralda (1905)
  • A Fool and His Money (1912)
  • Algie, O Mineiro (1912)
  • O Cair das Folhas (1912)
  • Anericanização (1912)
  • A House Divided (1913)
  • A Armadilha e o Pêndulo (1913)
  • Shadows of the Moulin Rouge (1913)
  • Matrimony's Speed Limit (1913)
  • The Monster and the Girl (1914)
  • The Woman of Mystery (1914)
  • The Tigress (1914)
  • The Lure (1914)
  • My Madonna (1915)
  • The Shooting of Dan McGrew (1915)
  • The Vampire (1915)
  • A Órfã do Oceano (1916)
  • House of Cards (1917)
  • Behind the Mask (1917)
  • House of Cards (1917)
  • A Man and a Woman (1917)
  • The Great Adventure (1918)
  • A Soul Adrift (1919)
  • Vampire (1920)
  • Tarnished Reputations (1920)

terça-feira, 9 de maio de 2023

Críticas - WHIPLASH (2014)

 Dirigido por: Damien Chazelle


Musicais… ame ou odeie! Esse estilo de filme é carregado de preconceitos. Mas é inegável, as grandes contribuições que alguns musicais deram ao cinema. Cantando na Chuva (1952), Amor, Sublime Amor (1961), Minha Bela Dama (1964)... Mais recentemente, o jovem diretor americano foi campeão em indicações ao Oscar, por um dos (já considerados) grandes musicais do século: La La Land (2016). Porém… perdão, fãs de Emma e Ryan… Whiplash é o melhor filme do Damien.

  Tudo bem que Whiplash não conta com falas cantadas, diálogos ritmizados, rimas repentinas… Não. Nesse filme, a estrela musical é a bateria. É um musical de bateria. Só por essa informação, já notamos a originalidade dessa película. Afinal, é um grande desafio para um diretor, fazer um musical de um instrumento tão subestimado. Mas acredite: depois que você assistir Whiplash, nunca mais ouvirá músicas da mesma maneira.

  Como vemos na direção incrível de Damien, as luzes estão na bateria e no baterista. E através de um aluno de música, Chazelle pôde tocar num ponto social extremamente importante. A busca pela perfeição (Como diz o subtítulo em português).

  O filme como todo é minimalista e direto ao ponto. Roteiro, direção, montagem… tudo foi feito de forma categórica. E que deu foco, através do trabalho de luz e sombra, de fotografia e de câmera lenta, ao que realmente importava. Primeira cena: bateria e Andrew (Miles Teller). Luz em cima dos dois. Andrew começa a tocar uma música difícil, que ele executa com perfeição. Um homem entra na sala: Terence Fletcher (J.K. Simmons). Foco nele também. Impressionado com a atuação de Andrew, ele o avisa de que está de olho nele, para promovê-lo na escola de música.

  Fazendo uma homenagem ao seu próprio curta-metragem que originou esse filme, a sala da turma “b” é bem iluminada, com tons de branco e azul ao redor (Damien usou as cores também para enfatizar o clima das cenas). O Professor Fletcher entra na sala, e convida Andrew para subir de turma. 

   A sala “a”, já é bem diferente da anterior. Bastante escuridão, tons pretos ao redor e pouquíssimo amarelo. Lá está Terence Fletcher, sorridente com a entrada do novo aluno, conversou com ele antes da primeira aula de maneira amigável. Tudo maravilhoso. Até que Andrew começa a tocar. A mesma música do início do filme, porém com um… TEMPO diferente. Primeira tentativa… pare! De novo… segunda tentativa… pare! De novo! terceira tentativa… opa… foco mais fechado em Fletcher e em sua mão. De novo! Agora o professor parece mais satisfeito, soltando um sorriso, até que… uma cadeira voa na direção de Andrew. O professor se aproxima dele, e com a fala acelerada soberba do J. K.,que já conhecíamos em Homem-Aranha (2002), Fletcher destrói com o psicológico de Andrew logo de cara. Gritando, esbofeteando-o, berrando: VOCÊ NÃO ESTÁ NO MEU TEMPO! 

  Depois disso, o personagem de Andrew passa por uma falência psicológica e social. Perdendo a paciência com sua família, que não valoriza sua carreira, terminou com a namorada. Toda sua vida, passou a ser tocar melhor a bateria para impressionar seu professor. Tocando Whiplash (a música) em casa debaixo de sangue, suor e gritos.

  E assim chegamos a sequência mais pujante do filme. Andrew deve batalhar com outros dois para ser o principal na próxima apresentação. Nesse momento, Terence mostra o pior do seu lado sargento. Chateado pela morte de um antigo aluno, e pela má atuação de seus bateristas, ele os obriga a tocar seguidamente, sem descanso, até que algum deles alcance o tempo do professor e  ganhe a música. Muitos gritos, muito sangue misturado com suor e muita dor. Exibida de forma monumental pelo Miles e os outros atores. Até que às 02h, Andrew ganha a música.

  Nosso personagem principal tem sua primeira conquista! Mas algo ainda parece errado. Ele ainda está tenso. Seu nervosismo, acaba desencadeando em uma sequência de erros, que acabou originando um desastre. Andrew não só perde a música, como é expulso. Desde a cadeira na cabeça de Andrew, até a expulsão, vimos um personagem caminhando para a insanidade. Em seus ensaios com sangue e suor, os gritos do professor… até que no ápice da loucura, ele ataca Fletcher.

  A próxima sequência, é meio que uma jornada do herói. Andrew pára com a música, mas continua cercado por ela. Até que… ele reencontra Fletcher meses depois. Só de pensar na finalização desse filme… eu tenho arrepios. Para mim, está entre as maiores da história!

  Whiplash é um dos meus filmes favoritos. O roteiro, vencedor do Óscar, é sensacional. Com nuances de suspense, drama, um belo toque “scorsesiano”, mostrando uma tragédia psicológica, e a finalização soberba! Miles Teller tendo sua grande atuação na carreira. Um domínio de expressões incrível, exacerbando verdadeiramente toda a dor física e psicológica que ele sentia. J. K. Simmons, vencedor do Óscar de Melhor Ator Coadjuvante, num personagem assustador. Claramente baseado no Sargento Hartman (R. Lee Ermey), do filme Nascido Para Matar (1987). As roupas escuras, falas aceleradas, a violência na gesticulação e tons de voz. E a bateria?! Uau! O som desse filme é incrível! Vencedor do Óscar, deu ênfase máxima a um dos personagens principais da película! Ufa… que bela história! Damien Chazelle e seu filme foram indicados ao Óscar de Melhor filme e Direção, perdendo para Birdman (2014), de Alejandro González Iñárritu. Com um final incrível, onde esses três personagens aí de cima, se encontram no paraíso.

  Damien Chazelle trata nesse filme um tema muito importante: a velocidade e alta carga de pressão da atual sociedade. Hoje, os resultados são esperados por cada vez menos tempo. Se você não for perfeito, não entra na faculdade. Se você não for perfeito, não é promovido ao emprego, ou sequer entra nele. Se você não for perfeito, não malhar, se alimentar bem, ter emprego, ganhar dinheiro… não consegue uma namorada. Não tem uma vida. De certa forma, Terence Fletcher existe em cada um de nós. Na mente de cada pessoa, existe um Sargento Hartman, berrando em nossos ouvidos, cuspindo em nossos rostos, jogando cadeiras em nossa cabeça até “ACERTARMOS O SEU TEMPO!”. Se não, somos expulsos… e não conseguimos alcançar nossos objetivos. Falei anteriormente de O Rei da Comédia. Os finais são bem parecidos, por deixar a mesma pergunta. Note tudo que Andrew passou no filme, sofrendo acidentes, perdendo a sanidade, derramando litros de suor e sangue… até alcançar o sorriso do professor. Você faria o mesmo? Está disposto a passar pelo mesmo que Andrew, para alcançar a perfeição?

Críticas - Anatomia de uma Queda (2023)

  Dirigido por Justine Triet Existe um subgênero no cinema, que já foi bastante explorado e nos entregou filmes marcantes. Questão de Honra ...